Muitas pessoas não sabem exatamente o que é um malware. Alguns acham que sabem, sendo que destes uma parcela considerável responde que malwares são vírus. Não é totalmente errado fazer tal afirmação, mas também não é totalmente certo. Quer acabar com este tipo de dúvida? Então vá em frente e saiba tudo que é necessário para responder corretamente à pergunta e como não se tornar a próxima vítima.
Como praticamente todos os termos usados em informática, malware tem origem em inglês, das palavras malicious (malicioso) e software (programa). Ou seja, é uma abreviação composta das duas palavras e designa todo programa que tem atividade maliciosa.
A palavra malicioso, refere-se ao propósito do programa, uma vez que invariavelmente a intenção real do programa é obter alguma vantagem em prol do criador do malware, geralmente na forma de roubo de informação ou de provocar algum tipo de dano e/ou prejuízo à pessoa que tem algum dispositivo (notebook, tablet, smartphone, desktop, etc) afetado e por esta razão recebe o adjetivo malicioso.
Consiste de pelo menos um programa, mas em alguns casos e dependendo da classe do malware, bem como de seus propósitos, pode ser um conjunto de arquivos, tal e qual acontece com outros programas legítimos que instalamos nos nossos computadores e usamos para os mais diversos fins.
O papel ou função ou propósito de uma praga virtual - como também são chamados os malwares -, é executar ações de acordo com algo que o seu autor intenciona. E o primeiro possível malware que se tem notícia, embora não tivessem o objetivo de causar grande mal, era ao menos incômodo. Chamava-se Creeper.
A primeira manifestação do Creeper foi ainda na ARPANET, e ocorreu através da “infecção” de um sistema após o outro, durante o que exibia a mensagem: 'Eu sou o Creeper: Pegue-me se você for capaz!' e após isso, “pulava” para outra máquina na rede, apagando-se do computador anterior. Possivelmente seu autor quis apenas demonstrar que era possível, além de contar com um certo senso de humor, dada a chateação que ele provocava com seu comportamento.
Naquela época a nomenclatura vírus ainda não havia sido usada e foi apenas algum tempo depois começaram a surgir softwares que tinham um comportamento igual ao Creeper, na medida em que se espalhavam entre os computadores de uma rede, não se apagavam, mas provocavam algum tipo de dano, como por exemplo, inutilizam sistemas ou outros programas. Por seu comportamento, estes malwares foram os primeiros a serem chamados de vírus.
Inicialmente a disseminação de malwares se deu por meios físicos, especificamente as mídias removíveis, como disquetes, ou então dentro de redes de computadores. Com o surgimento da web e a capacidade de se conectar vários computadores em diversas regiões geográficas, os autores dos malware começaram a propagação via qualquer forma em que um computador fizesse qualquer tipo de acesso à Internet.
Os vírus foram as primeiras manifestações de malwares, mas com o tempo e com a ampliação das tecnologias disponíveis, tanto de acesso por parte das pessoas, bem como de dispositivos capazes de fazê-lo, criaram-se variações de pragas virtuais com características específicas e com propósitos e comportamentos diferentes.
Conhecidos como cavalos de Tróia, porque assim como o cavalo grego dado aos troianos, disfarça-se de alguma coisa para se inserir em sistemas. Portanto, faz-se passar por outro tipo de programa que quando instalado em um sistema, revela a sua real natureza maliciosa;
Tem o nome derivado de espião (spy em inglês), já que monitoram furtivamente as ações que são realizadas no dispositivo em que é instalado e fornecem tais dados ao seu autor. O monitoramento pode incluir histórico de navegação na Internet, programas utilizados pelo usuário, mensagens de e-mail enviadas, datas, horários em que as ações foram executadas, etc;
Tem comportamento semelhante ao spyware, na medida em que coleta dados e os envia ao seu autor, mas os dados coletados são exclusivamente relativos a quais teclas do teclado são utilizadas, ou seja, tudo que é digitado, é sabido pelo autor do malware;
É outra variação especializada de spyware, porém o objetivo é realizar e enviar imagens das telas do computador (Print Screen) no qual é instalado a intervalos regulares de tempo. Desta forma o seu autor tem conhecimento visual de tudo que é feito pelo usuário;
Também conhecido como limpador ou cleaner, é o “vândalo virtual”, na medida que tem por objetivo destruir conteúdo, geralmente apagando dados em HDs ou tornando-os inutilizáveis. Há 2 variações, sendo que na primeira, copiam-se os dados por parte do autor e posteriormente os dados são apagados de onde estavam armazenados.
Na segunda variação, apenas apagam-se os dados. Esta classe de malwares tem alguns dos programas mais nocivos e mais famosos pelos estragos que foram provocados e pela quantidade de pessoas afetadas;
Também conhecido como verme, caracteriza-se por se espalhar de um sistema para outro, sem depender das ações dos usuários desses sistemas. Frequentemente exploram vulnerabilidades em sistemas operacionais ou softwares instalados nestes sistemas; para se auto disseminarem e constituem uma das classes mais bem-sucedidas de malware;
É uma classe especializada de malware que tem por objetivo o roubo de dados bancários e senhas, e que para tanto pode combinar comportamentos de spyware, screener e keylogger. É uma das classes que mais ameaça oferece, já que pode provocar perdas financeiras severas;
Seu nome em parte explica seu propósito, que é exibir publicidade (advertise software). O problema é que geralmente os anúncios são de conteúdo indesejável, como por exemplo, pornografia e muitas vezes geram um grande volume de janelas pop-up que são exibidas sucessivamente e se o dispositivo não tem memória e/ou processamento suficientes para suportar tal comportamento, pode até deixar de responder.
Algumas vezes também, adwares podem estar associados a outras classes de malwares e usam o comportamento perturbador de exibir publicidade, como disfarce para outras ações mais nocivas;
É um malware bastante popular atualmente e em geral provoca infecção por meio de um anexo ou um link em uma mensagem de e-mail de phishing. Esta classe de malware realiza a criptografia dos dados (documentos) do sistema infectado, bloqueando o seu acesso por parte do usuário a não ser que uma quantia seja paga como resgate, geralmente em criptomoeda;
Com o avanço das criptomoedas, particularmente desejadas pelos momentos em que houve uma grande valorização, surgiu uma classe de programas que tem por objetivo sequestrar poder de processamento das máquinas em que estão instalados, para minerar criptomoedas. Quando isso ocorre, geralmente a máquina infectada apresenta problemas de desempenho, devido ao uso do seu poder de processamento para o processo de mineração;
Não é exatamente uma classe de malwares, mas sim malwares que visam a obtenção de controle de vários computadores ou servidores de diferentes redes, com o objetivo de comandar todos remotamente a partir de um só ponto e a partir daí todos realizam uma mesma ação simultaneamente e em grande escala. É o método mais usado para ataques DDoS.
Os autores dos malwares usam vários meios para disseminar suas criações, com o objetivo de atingir uma série de dispositivos eletrônicos e redes. As formas mais comuns de disseminação destas pragas virtuais, são as que se seguem:
A principal medida para frear a disseminação de malwares, é a informação. Conhecer quais as classes de malwares, como se manifestam e seu comportamento de disseminação, ajuda evitar que se tenha um dispositivo comprometido, na medida em que diminui as chances de exposição.
Inclusive os autores de malwares contam justamente com a falta de informação por parte da maioria dos usuários, para terem sucesso no alastramento das pragas virtuais e alguns dos mecanismos de propagação usam deste princípio.
A seguir uma lista de aspectos que devem ser observados cuidadosamente a fim de evitar o comprometimento de seus dispositivos por malwares:
Se o pior ocorrer e você suspeitar que tem um sistema comprometido por um malware, evite trocar dados com terceiros e isole o dispositivo infectado da rede e da Internet, até que tenha feito uma varredura completa contra a presença de malwares. Se não souber exatamente o que fazer, peça ajuda a um especialista.
Há soluções online que podem ser usadas em caráter complementar a solução que você tem instalada no computador e que não concorre com ele na identificação de malwares. Use estes scanners em caráter complementar à solução de segurança que você tem instalada na sua máquina, já que como dissemos, nenhum antimalware é 100% efetivo.
Também há classes de malwares bastante especializados e que também exigem programas específicos para sua detecção e limpeza, que é o caso dos bankers.
Há diferentes tipos de malware e independente de qual seja a classe, as consequências podem ser sérias e representar perdas importantes. A principal medida para se resguardar, é manter todos os usuários informados e adoção de um conjunto bem definido de medidas visando diminuir as chances de infecção.